Esse tipo de tumor faz cerca de 150 mil vítimas anualmente no Brasil

O câncer é uma das doenças mais delicadas da atualidade. Discussões e informações sobre o tema merecem destaque, afinal, essa é uma comorbidade séria que independe de gênero, raça, idade e nacionalidade. O paciente oncológico, além de sofrer com o acometimento da doença em um ou mais órgãos do corpo, ainda enfrenta a possibilidade de que seja desencadeada uma metástase óssea, isto é, quando as células cancerígenas se desprendem do tumor original e entram na corrente sanguínea, podendo se instalar nos ossos. Nesses casos, um oncologista ortopédico vai avaliar e tratar o quadro.

O que é um tumor ósseo?

De acordo com o Dr. André Ferrari, chefe do Grupo de Oncologia Ortopédica do Hospital Santa Paula, um tumor ósseo é uma massa de tecido que se desenvolve no osso, com células anormais e com crescimento desordenado – processo denominado neoplasia. “Esses tumores podem ser benignos ou malignos; os tumores ósseos benignos tendem a ser menos agressivos, e suas células se multiplicam mais lentamente, causando, em geral, pouco ou nenhum impacto na saúde geral do paciente (na maioria das vezes, provocam apenas efeitos locais). Alguns exemplos mais comuns são o encondroma, o osteocondroma e a displasia fibrosa. Os tumores ósseos malignos são o que chamamos de ‘câncer ósseo’ propriamente dito”, explica o médico.

O câncer ósseo pode ser primário (ou seja, o processo iniciou-se no osso) ou secundário (a metástase de um tumor de origem em outro órgão, como a mama ou a próstata). O especialista pontua que o câncer primário ósseo é muito raro e geralmente está associado a alguma anormalidade genética, mas também pode ocorrer em decorrência de outros motivos, como alterações ósseas preexistentes ou excesso de radiação. Os cânceres ósseos primários mais comuns são o osteossarcoma, o condrossarcoma e o sarcoma de Ewing. Já as metástases ósseas são muito mais comuns, podendo aparecer em até 10% dos pacientes com outros tipos de câncer ao longo do curso da doença.

Câncer ósseo: sintomas e prevenção

Segundo o Dr. André Ferrari, os sintomas mais comuns são dor progressiva e o aparecimento da massa. Ele complementa: “Muitas vezes, porém, a massa demora a ser perceptível, e como a dor é muito insidiosa, os pacientes podem custar a procurar o médico. Algumas vezes, o primeiro ‘sintoma’ é a ocorrência de fratura no local do tumor, por causa da fragilidade mecânica que se dá no local (a isso chamamos de fratura patológica).”.

O médico ainda alerta que, infelizmente, não há como “prevenir” o câncer ósseo primário. Para os pacientes que têm outros tipos de câncer (mama, próstata, pulmão etc.), a melhor conduta é fazer o acompanhamento regular com o oncologista e manter todos os exames em dia, para evitar que uma metástase só seja percebida ao ocorrer uma fratura patológica. Assim como nos outros casos de câncer, descobri-lo em sua fase inicial, por meio de um diagnóstico precoce, é fundamental para aumentar as chances de cura.

Saiba mais sobre a oncologia ortopédica

A oncologia ortopédica é o ramo da medicina especializado em tratar câncer ósseo, e o oncologista ortopédico é o médico responsável por traçar e colocar em ação planos e técnicas que auxiliem na preservação do osso acometido pela doença, incluindo a remoção de tumores malignos e benignos nos ossos, nos músculos, nos tendões e nas articulações.

Antigamente os médicos do ramo ainda não contavam com os recursos atuais de tratamento modernos e tecnológicos. Assim, a cura do câncer ósseo só era possível com a amputação da parte do corpo acometida, o que gerava ainda mais temor e angústia por parte dos pacientes oncológicos.

“Felizmente, hoje, a realidade dessa área de especialização da medicina é outra, uma vez que possuímos exames diagnóstico muito mais apurados e técnicas de reconstrução biológica ou de substituição por próteses capazes de preservar as funções do membro afetado e a qualidade de vida do paciente”, ressalta o oncologista ortopédico.

A importância dos avanços nessa área da medicina

“Hoje, a qualidade dos exames de imagem está melhor do que nunca. Os exames atuais permitem visualizar detalhes que antes não seria possível. As técnicas de ressecção são basicamente as mesmas, mas os instrumentais auxiliares estão mais modernos (serras ósseas ultrassônicas, bisturis a laser e enxertos sintéticos, por exemplo). Nos últimos anos, o aparecimento da tecnologia 3D abriu novos horizontes para a área. Ela facilita o ensino, permite o melhor entendimento e planejamento cirúrgico e até mesmo a execução desse planejamento, por meio de guias e/ou implantes customizados”, destaca o especialista do Hospital Santa Paula.

Hospital Santa Paula realiza cirurgia inédita com tecnologia 3D

Você já sabe que o Hospital Santa Paula está sempre em busca de oferecer o melhor em tecnologia e revolucionar a forma como cuidamos de sua saúde, não é mesmo? Por isso, temos orgulho em dividir com nossos leitores a realização de uma cirurgia inédita no Brasil, feita por nossa equipe do Instituto de Oncologia. O objetivo da intervenção era a ressecção de um osteossarcoma na região da bacia da paciente, isto é, um tipo de câncer ósseo primário, que começa nas células formadoras dos ossos.

Pela primeira vez no país, nossa equipe médica usou a tomografia computadorizada da paciente e confeccionou um modelo plástico da bacia para planejar guias específicos para os cortes precisos e produzir a prótese customizada, após meses de estudo e planejamento, enquanto a paciente realizava a quimioterapia pré-operatória. O Dr. André Ferrari, entrevistado neste blog, foi o condutor da cirurgia, e explica que esse projeto foi necessário, uma vez que, de acordo com ele, “não existe um implante apropriado no mercado para reconstruir o defeito criado após esse tipo de ressecção”.

Diante desse desafio, o Dr. André buscou a tecnologia de impressão 3D para oferecer à paciente mais qualidade de vida após a cirurgia. Com o uso de uma tomografia, foi criado, no computador, um modelo 3D da bacia da paciente, o que permitiu que o especialista estudasse exatamente onde estava o tumor e decidisse onde deveriam ser os cortes ósseos para ressecá-lo com margens livres. Isso levou à elaboração de um guia de corte personalizado, que foi criado em uma impressora 3D em PETG (um tipo de plástico). “Esse recurso garantiu que o defeito criado pela ressecção na cirurgia fosse exatamente igual ao que fizemos no modelo tridimensional”, explicou o médico ao portal informativo Saúde Business.

Em um segundo momento, a prótese foi desenvolvida com o uso de um modelo virtual 3D com todos os detalhes necessários. A primeira impressão foi feita de plástico, para que a equipe pudesse manipular a peça e finalizar o planejamento. Depois dos ajustes, a prótese definitiva foi elaborada em titânio. Com esse processo, a expectativa da equipe médica é que a prótese preserve a função da bacia da paciente, sem a necessidade de muletas e sem discrepâncias de comprimento de membros.

Hospital Santa Paula preparado

Por fim, o chefe do grupo de oncologia ortopédica do Santa Paula ressalta que o hospital está pronto para receber, diagnosticar e tratar os pacientes oncológicos com tumor ósseo. “A equipe de ortopedia oncológica, da qual sou o chefe, está em contínuo contato com os oncologistas clínicos, radioterapeutas, hematologistas, radiologistas e patologistas. A multidisciplinaridade é essencial nessa área, e a maioria das decisões tem que ser tomada em conjunto para conseguirmos o melhor benefício possível para o paciente.” Ele continua: “Fazemos atendimento ambulatorial no Instituto de Oncologia Santa Paula (IOSP) em três períodos semanais (terças à tarde, quintas de manhã e sextas à tarde) para as primeiras consultas, acompanhamento de rotina, retorno pós-operatório etc. e, diariamente, um membro da equipe está no hospital para visitar os pacientes internados e fazer a interação com as outras equipes, quando responde a pedidos de avaliação ou realiza reuniões.”.

Finalizamos esta matéria salientando o fato de que o Hospital Santa Paula dispõe de toda a infraestrutura necessária para dar a melhor assistência que esses pacientes requerem: grande disponibilidade de horários para as primeiras consultas; diagnóstico precoce; exames de imagem de alta qualidade; equipe de radiologia disposta e disponível para discutir os casos e realizar biópsias guiadas por tomografias com grande precisão; patologistas experientes; centro cirúrgico modernizado com salas cirúrgicas de grande porte e equipamento atualizado; equipe de oncologia dedicada e uma diretoria clínica que está comprometida com a qualidade do tratamento.

Fonte: Dr. André Ferrari, chefe do Grupo de Oncologia Ortopédica do Hospital Santa Paula.

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